Ações Emergenciais criam conexões do bem

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Assim que a pandemia mostrou que a desigualdade social seria o pior vírus, atingindo pessoas sem renda e moradias precárias, o Instituto ComViver direcionou seu foco para ações emergenciais para essa população. Conseguir doadores, montar cestas básicas, fazer refeições e distribuir para comunidades em situação de risco. Também está apoiando estudantes que, sem internet, não podem dar continuidade a uma rotina escolar.

Enquanto isso, Maria Do Carmo Pereira da Silva, 47 anos, mais conhecida como “Du Carmo”, moradora do Parque Miguel Mirizola há 16 anos, pensava com a irmã e a vizinha uma forma de ajudar pessoas carentes do bairro durante a pandemia. Cozinheira profissional, sem emprego no momento, com experiência em fazer grandes quantidades de comida, Du Carmo e o grupo decidiram fazer “quentinhas” para distribuir na comunidade “Mandelinha” na mesma região, com cerca de 300 moradores, a maioria deles vivendo abaixo da linha da pobreza. Arrecadaram alimentos com vizinhos, amigos e dessa iniciativa, distribuíram um total de 900 refeições em três ações.

Uma das doadoras do Instituto ComViver conhecia DuCarmo e falou sobre sua atuação voluntária no bairro para a entidade. Conexão feita, o grupo de amigas receberia cestas básicas para dar continuidade a entrega. O ComViver também conseguiu apoio do Instituto Consulado da Mulher, que também distribui cestas básicas. Dessa conexão, já foram realizadas mais quatro entregas para comunidade Mandelinha, somando mais de 900 quentinhas. E Du Carmo agora faz o curso de empreendedorismo do Consulado da Mulher, possibilitando novos desafios profissionais. Um fogão industrial já está na lista de desejos do ComViver e o grupo voluntário do Parque Miguel Mirizola, para dar continuidade às ações, movimento que nasceu espontâneo e agora tem duas entidades de apoio.

“Quando entregamos uma quentinha e um morador nos agradece com tanto carinho, muitas vezes dizendo que é a única refeição do dia, é muito gratificante”, conta Du Carmo. Foi a filha da vizinha e amiga Edvânia Valentim, Jamile, de 21 anos, que deu a iniciativa de ir ao Mandelinha. As refeições são preparadas em rodízio, em três casas diferentes, para distribuir o gasto com gás. Além de Edvane, também participa a irmã de Du Carmo, Cida, também cozinheira profissional. A distribuição envolve mais dez pessoas, entre amigos e parentes na garagem de Edvane para distribuição. E assim a solidariedade mostra a sua força, saciando a fome de dezenas de pessoas no bairro.

Para Marceli Cereser Alves, coordenadora de projetos do Instituto ComViver, é fundamental dar continuidade à distribuição de alimentos e consolidar essa ação, ampliando a rede de doadores, apoiadores e melhor infraestrutura para o preparo das refeições. “Infelizmente essa população não conta com apoio de recursos públicos e está mais exposta às consequências da pandemia, sem emprego, sem renda informal, com dificuldade de fazer o isolamento por conta das condições de moradia. A força da empatia, da solidariedade de toda a sociedade se torna imprescindível nessa pandemia para apoiar essa população. Por isso precisamos ampliar essa grande rede que construímos até agora, com mais doações financeiras, alimentos e trabalho voluntário”, enfatiza Marceli.

Para Érica Zanotti, Gerente de Programas Sociais do Consulado da Mulher, “ foi uma coincidência que deu muito certo”. Segundo a gerente, foi Marceli quem contou a história de Du Carmo, uma senhora que viu na comunidade em que vive a necessidade de um empreendimento de alimentação. “Nosso foco principal é o empreendedorismo feminino. Mas como Instituição Social sentimos a importância de apoiar as ações emergenciais deste momento delicado do mundo, criando uma rede de apoio”.


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